léa anastassakis
Para aliviar minha dor
Penso maldades
(Que nunca farei)...
Pela chuva, na favela, correm sorridentes
Como crianças, dão-se as mãos e correm
Para escapar da água
Tudo é sorriso, alegria,
Cochichos entredentes
Até da merda fedida dão risadas.
Mas eis que na lama rodopiam
E, felizmente, a perna está quebrada...
A ele tanta água arrepia
Mal estar, dor, febril pneumonia...
E quando ele, desgraçado, pede ajuda
Digo-lhe: chame a namorada!
E ela grita: porra! Não me enche! Já não basta
Esta maldita perna fraturada?
Escrevo merda
Prá não pensar na merda maior
Que me fizestes...
Nenhum comentário:
Postar um comentário