sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Encruzilhada
domingo, 20 de junho de 2010
PRINCEZINHA, NOVAMENTE COMIGO!
Não são baratas. Escolhi o nº 10 da Princesinha, de março de 1957, editada pela Ebal. Essa só traz uma história, a de "João e o pé de feijão". História bastante conhecida de todas as crianças, mas não me importava tanto a história, mas o veículo, a mídia, o objeto do desejo, exatamente igual ao que passou por minhas mãos há dezenas de anos, quando eu só tinha 11 anos.
Comprei e esperei. Finalmente, o correio chegou com a tão esperada encomenda. Não posso negar a emoção que senti ao ter em minhas mãos aquela revista. Abri cada página lentamente, curtindo cada quadrinho, que fui reconhecendo, com seu desenho característico, como se voltasse no tempo. Mágico!!! Depois, na contra-capa a grande surpresa: aquela bonequinha de papel, com roupas para serem recortadas e vestir a boneca. Lembrei nitidamente dessa, em especial, com a qual muito brinquei.
Naquela época eu não tinha boneca e era com bonecas como essa, de papel, que brincava demoradamente. Gostava de ficar num canto, sozinha, trocando-lhes as roupas e conversando com elas sobre o que fariam, como seriam nossas vidas, etc...
Essa, que veio na revista nº 10 era uma das minhas queridinhas. Trazia um lindo vestido branco com flores rosas bordadas, que eu achava a coisa mais linda. Tinha também uma saia de que, me lembro, gostava muito, vermelha e verde, rodada. Lembro muito bem do chapéu, com uma flor... A boneca tinha uma carinha meio tristonha, mas para mim, era linda... e os sapatinhos, vermelhos?
Pode parecer besteira, mas essa pequena revista foi capaz de trazer de volta, lá dos confins do tempo, sentimentos que vivi nquela época, emoções que eram só minhas e que estavam perdidas, escondidas, num canto escuro qualquer. Lembrança de momentos doces e felizes, de expectativas para o futuro. Um reconhecimento de uma corrente de energia que circulava dentro de mim, há muito, muito tempo...
É por isso que, quanto mais o tempo passa, mas me libero para buscar qualquer coisa que faça ou tenha feito parte dos meus desejos. Sem medo das censuras, das críticas, de quem quer que seja. Há coisas muito boas com o passar dos anos. Mandamos as inibições para o inferno. Não esperamos julgamentos favoráveis e de aprovação de ninguém. Fazemos o que julgamos correto, tranquilamente. Não temos medo do ridículo. Só queremos ser felizes.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Goble Warwick (1862 - 1943), ilustrador de livros infantis, se especializou em contos de fadas e cenas de lugares exóticos, como Japão, Arábia e India. Com seu desenho repleto de imaginação e de uma delicadeza singular, encantou muitas crianças da minha geração. Em 1913 ilustrou o Livro de Fadas. Seus desenhos dos contos japoneses também são incríveis. Valia termos essas histórias tão lindas re-editadas.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Fadas. Há quem duvide que existam. Para mim, sempre existiram. Estiveram perto de mim desde muito cedo, quando era ainda criança. Eram motivo de alegria nos meus dias, nem sempre muito alegres. A sua companhia dava-me uma energia nova, que me enchia de esperança. Esperança de que o tempo me traria grandes alegrias e dias luminosos.
Elas gostam especialmente de flores, escondem-se entre elas e podem ser vistas num vislumbre, quando são tocadas por um raio de sol, especialmente se as plantas estiverem cobertas de orvalho. As matas podem ser um abrigo certo, mas também podem estar num jardim bem cuidado, ou mesmo num vaso de flores na sua janela. Por isso cultivo flores, mesmo nas janelas do meu apartamento, onde os vasos, como num milagre, estão sempre floridos.
Meu sogro trazia doces sempre que nascia um filho meu. Dizia que era para atrair as fadas que trariam boa sorte para as crianças. Daí também porque levamos flores quando as crianças nascem.
Eu descobri as fadas quando era menina. Minha mãe costurava e eu a ajudava fazendo bainhas e prendendo botões. Trabalhava muito para ganhar poucos centavos. Assim, tinha que guardá-los por muito tempo, até que houvesse uma quantia suficiente para comprar um gibí onde podia ler lindas histórias. Então soube delas.