sexta-feira, 22 de abril de 2011

FLORES E FADAS



A capacidade de minhas plantas darem flores, me surpreende. É que tenho mania de quebrar os galhos mais antigos dos gerânios ou das roseiras, ou do jasmin, e enterrá-los nos vasos. E eles, ainda pequinininhos, começam a dar cachos e a florir.


Assim, meus vasos estão sempre floridos.



Consegui adquirir gerânios e rosas em várias tonalidades, e desse modo, tenho sempre uma profusão de cores em minhas janelas.




Não posso esquecer (mas esqueci seu nome!) do manjericão (lembrei!), que fica também sempre coberto de flores, que recolho quando secam e faço sachês que uso para perfumar meus lençóis. Além disso, o majericão sempre me cumprimenta quando o rego, todos os dias, soltando seu perfume inconfundível e maravilhoso.


Estou certa de que as plantas correspondem à nossa atenção por elas. São entidades muito agradecidas. Talvez pelo cuidado que sempre tenho de fazê-las reproduzir.



É, gosto de fazer novas mudas e dá-las de presente para pessoas que sei, também gostam de plantas e flores. Ou talvez, essa permanente e encantadora floração, seja trabalho das fadas que vivem no meu pequeno jardim de janela (todas as minhas janelas têm flores) e que se esforçam para que eu não deixe nunca de acreditar em sua existência.

E posso deixar de acreditar?


21-04-2011

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

UM FILME PARA VER E PENSAR: Cidade dos anjos



Costumamos ser tremendamente indiferentes ao supremo bem que nos é legado, desde nossa primeira inspiração: A VIDA.

Muitos, vivemos como que levados por um turbilhão, em busca de algo que não temos bem definido, mas que perseguimos, sem nos dar oportunidade de desfrutar a plenitude das coisas mais
simples e elementares postas à nossa disposição, quase sem grandes esforços, possibilitadas por nossa condição humana, e que são, enfim, a essência da felicidade.

Assisti, outra vez, "Cidade dos anjos" e não pude deixar de, mais uma vez, ser arrebatada por sua mensagem clara e concisa.

Nesse filme, um anjo, que vem acompanhar
um doente que não sobrevive a uma cirurgia, defronta-se com uma médica que se angustia ante a inevitabilidade da morte. O anjo acaba por ela se apaixonando.

Confrontado com esses novos sentimentos, o anjo resolve tornar-se "um decaído", o que lhe permitirá viver como humano, e assim, tornando possível fazer uso das sensações captadas pelos sentidos e elaboradas pela nossa psique.

Com essa iniciativa ele torna-se apto à percepção das sensações corporais, como o tato, o olfato, a audição, o paladar, a visão, percebidas como PRAZER, desfrute, fruição, mas também como DOR, sofrimento, impedimento...


Para tanto, também ele, como nós humanos, faz uso do LIVRE ARBÍTRIO, nossa capacidade de escolha, que deixa a cada ser humano a responsabilidade pela decisão ante todas e cada uma de nossas ações, pensamentos e palavras.

Abdica, assim, de bens maiores que, na qualidade de anjo, desfrutara; a eternidade, o entendimento de todas as línguas, a leitura do pensamento, o auto-transporte, em favor daquilo que nos possibilita a vida: as sensações decorrentes do fato de ESTAR VIVO.

Com o que adquire a capacidade de sentir o sabor especial de cada fruta, o perfume sutil das mais variadas flores, a diversidade de maciez dos corpos, o calor acolhedor de um banho, a sensação inebriante das gotas de chuva no rosto, o abraço indelével do sopro do vento, a carícia dos grãos de areia nas solas dos pés, o arrebatamento de um mergulho no mar, a magia das cores no céu, nas matas, nas flores, nos insetos, a variedade infinita das formas, o sabor indefinível de um beijo, o enlevo indescritível do prazer sexual.

O que implica, em consequência, em também conhecer e vivenciar todas as limitações e agruras decorrentes dessa mesma condição humana; as necessidades fisiológicas, as doenças, a dor, o medo, as imposições sociais e econômicas, os limites à livre comunicação e locomoção e, especialmente, o confronto com a MORTE.

Para ingressar no mundo dos humanos, o anjo renuncia e submete-se às leis da realidade. Renuncia à onipotência (castração) por meio do corte no vínculo especial que havia entre ele e Deus. Mas com isso, torna possível sua participação no convívio extraordinário com os humanos.


CIDADE DOS ANJOS - 1998 - EUA - 117 min.
Direção: Brad Silberling
Nicolas Cage, Meg Ryan, Dennis Franz.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011



NOITES DE BUENOS AIRES


En la noche buena
É preciso estender a madrugada
como um lençol king
Para cobrir a falta
Que não se sabe qual...

Procura-se o que?
Espera-se o que?
Não certamente o que
Propaga a mobilização notívaga
Ni el tango se aprecia
Pero la copa se vacia...

Na noite longa suarenta
A voz do outro acaricia
Embala o coração saudoso.

O amigo que nos ouve,
Que nos fala, que nos guia,
Que se esmaga ao peito,
A provar de nossa história
a existência. E garantia
De que vale viver outras
Para aos amigos narrar.

Aos amigos que nos ouçam,
Adelante, algum dia...
En la noche d'outro lugar...