quinta-feira, 7 de maio de 2009

TECELÃ


léa anastassakis


Como no mito grego
Ela esperava e tecia
Até que as lágrimas cegassem
O que via
E todo encharcasse
O tapete que fazia...

Mas não tinha a fibra
Da que esperava Ulisses.
Cada vez menos tapete
E mais lágrimas produzia
Já que a fibra encolhia...

E foram tantos dias
Retecendo o fio que minguava
Por força das águas que vertia
Que ao dar-se conta
Só restava uma ponta
Bastante para enlaçá-la
E ergue-la sob aquela trava...

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